Estratégia e Inovação para 2024

Estamos prontos para integrar a cultura no coração do planejamento?

Ton de Paula
Sócio & Head de Operações

A cultura come a estratégia no café da manhã’. Esta famosa frase ressalta o perigo de um planejamento estratégico para 2024 baseado apenas em objetivos e tarefas. Sem um engajamento genuíno dos níveis tático e operacional, o verdadeiro potencial desse planejamento pode ser comprometido. Para alcançar esse engajamento, é essencial cultivar uma cultura intencional, fundamentada em rituais, princípios e comportamentos. Além disso, uma clara manifestação do propósito da empresa para todos os stakeholders é crucial. Assim, a equipe compreende o verdadeiro “porquê” por trás de suas ações e como elas contribuem para o objetivo maior.   Neste artigo, exploraremos como a cultura organizacional pode assegurar a eficácia do planejamento estratégico para 2024. Veremos como ela pode minimizar ruídos de comunicação, medir o impacto das ações de forma contínua e impulsionar o protagonismo dos colaboradores. Tudo isso com o apoio de duas ferramentas poderosas: o manual de cultura e o laboratório de ideias
 

Por que a cultura costuma ser ignorada na construção do Planejamento Estratégico?

  Em inúmeras empresas, a cultura é percebida como um mero reflexo das atividades diárias, e não como um elemento estratégico que demanda atenção e gestão cuidadosa. Contudo, na ausência de uma cultura sólida, até os planos mais meticulosamente elaborados correm o risco de falhar. Pior ainda, eles podem gerar retrocessos, quando mudanças mal compreendidas ou mal comunicadas desviam dos padrões estabelecidos, levando a equívocos que antes eram inexistentes. Na falta de uma visão alinhada, departamentos e equipes podem agir em direções contrárias, resultando em conflitos, ambiente de trabalho tóxico, baixo moral e queda de eficiência. Assim, o que era antes um desafio técnico-operacional, transforma-se também em um dilema de gestão de pessoas e relacionamento.   Há ocasiões, claro, em que por um feliz acaso – ou sorte, se preferir – um planejamento sem a devida integração cultural pode ser bem-sucedido. No entanto, a ausência de uma cultura robusta diminui as chances de os colaboradores se tornarem atores principais nas transformações almejadas pela organização, restringindo as inovações e ações às ideias das principais lideranças. Sem uma cultura que incentive o intraempreendedorismo, os colaboradores podem se sentir desestimulados a tomar a iniciativa, inovar ou ir além de suas atribuições habituais. Nesse sentido, a integração deliberada da cultura organizacional ao planejamento estratégico não é apenas desejável, mas essencial para o cumprimento das metas estipuladas e para o sucesso vislumbrado pela gestão da empresa.
 

As ferramentas-chave para a integração da cultura organizacional ao planejamento estratégico na prática

  Ao reconhecer a necessidade crítica de alinhar cultura e estratégia, surgem duas questões: “Como?” e “Com quais ferramentas?”. Na BRAVA, nós temos duas ferramentas amplamente validadas em nossos clientes: o “Manual de Cultura” e o “Laboratório de Ideias”. O desenvolvimento e aplicação destes recursos podem ocorrer de forma simultânea ou sequencial, de acordo com a maturidade da empresa e a disponibilidade de tempo e equipe.  
  1. O Manual de Cultura: Esta ferramenta é um guia abrangente que comunica com clareza a essência da cultura da empresa. O documento é usado para:
 
  • Definir claramente os valores, princípios e comportamentos esperados e não tolerados.
  • Esclarecer o propósito da organização e como ele é manifestado para os stakeholders.
  • Estabelecer rituais que reforcem a cultura desejada.
  • Fornecer diretrizes sobre como lidar com situações conflitantes ou ambíguas, garantindo a tomada de decisões alinhadas à cultura da empresa.
 
  1. Laboratório de Ideias: Uma competição interna de inovação entre os colaboradores que se reúnem em squads para resolver problemas de acordo com as diretrizes do planejamento estratégico.
 
  • Colaboradores são incentivados a gerar e a apresentar ideias que possam melhorar processos, produtos e serviços ou até criar novas fontes de receita;
  • Ao longo do processo, os participantes recebem mentorias, capacitação em metodologias ágeis e desenvolvem novas habilidades no modelo ‘learning by doing’;
  • Estas ideias são avaliadas, testadas e, se viáveis, implementadas, promovendo um senso de propriedade e envolvimento dos colaboradores;
  • Ele cria um canal direto de feedback entre os níveis hierárquicos, diminuindo os ruídos de comunicação e melhorando a eficiência;
  • Estimula a colaboração interdepartamental, promovendo a troca de conhecimentos e a diversidade de pensamentos..
  A combinação destas duas ferramentas não só trazem a sustentação para um planejamento estratégico eficiente, mas também criam mecanismos para despertar novos talentos e lideranças, que serão responsáveis pela promoção e proteção da cultura desejada, servindo de exemplos para os pares e novos colaboradores que compõem a organização.